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Foto do escritorMarisa Melo

Entrevista com o artista José Marques Aguillar

Atualizado: 27 de fev.

O trabalho da UP Time Art Gallery é inspirar e fascinar através da Arte. Nossos artistas apresentam trabalhos que retratam nossas emoções, nossas causas, nossas vidas. O público sempre quer conhecer o artista por trás da obra. Quem é, como pensa? Que história de vida levou a esse trabalho?


Hoje conversamos com José Marques Aguilar!

Como e quando surgiu a arte na sua vida?


Surge bastante cedo, ainda na adolescência. Muito pelas visitas efetuados a museus, particularmente na vizinha Espanha. Ao longo dos anos fui pintando esporadicamente, mais na base de bonecos de desenhos animados, que oferecia aos meus admiradores, na altura apenas os familiares. Mais tarde fui confrontado como uma severa doença. Um dos maiores desafios da minha vida. Tive um problema cardiovascular que exigiu uma enorme cirurgia às coronárias. Perante um largo período de convalescença, sem poder realizar grandes esforços, tinha de procurar ocupar os meus dias. Aproveitei o que tinha à mão: as aguarelas da escola do meu filho. Foi assim que dei inicio a um período de aguarelista. Pintei vários desenhos com que hoje decoro as paredes da minha casa. Após o restabelecimento, decidi que a arte seria o meu segundo trabalho. Aproveitei então o horário pós-laboral, passando a frequentar uma escola de artes em Portugal, a ARCO, com intenção de melhorar o desenho e a técnica de pintura. Passei a aproveitar todas as horas livres para desenhar e pintar. No desenho passava horas em frente ao espelho a desenhar o meu rosto. Aí o bichinho foi crescendo tanto que tomei logo uma decisão: assim que surja a oportunidade, passarei a dedicar-me a tempo inteiro às artes. Foi isso que fiz a partir de 2010 quando deixei o ramo da indústria farmacêutica, no qual trabalhei durante muitos anos. Passei então a frequentar a Sociedade Nacional de Belas Artes onde permaneci até ao quarto ano de pintura. A partir daí fui experimentando várias técnicas e estilos, procurando sempre novos desafios, o que se mantém até hoje. 2. De onde vêm as suas inspirações?

Grande parte vem de dentro, de forma natural, nas várias criações e estilos em que tenho trabalhado ao longo do tempo. Ainda míudo comecei por criar pequenas esculturas em arame e madeira e também pintava bonecos de desenhos animados. O meu irmão mais velho não tinha muito jeito para as artes e fazia-lhe os trabalhos de desenho. Era uma forma de praticar a fazer algo de que gostava. Mais tarde vêm as outras inspirações. De diferentes sítios. Sempre fui um apaixonado pelas montanhas e isso fez com que começasse no desenho à vista com pinturas de paisagem a guache. Essa parte dava-me uma grande tranquilidade. Também a estética e a beleza feminina sempre me atraíram e inspiraram. Aproveitava as revistas de moda feminina para desenhar, principalmente os rostos. Tem sido assim desde que me lembro. Ver, sentir e desenhar ou pintar.



"Vigilante Cósmico" Acrílica sobre tela



3. Quais são as suas influências para o desenvolvimento da sua linguagem?


No Portugal da minha juventude estávamos limitados, para não dizer proibidos, de evoluir culturalmente. É o que costuma acontecer nas ditaduras. Grande parte da literatura era censurada e isso impedia-nos de alargar horizontes sobre novas tendências da arte. E para quem vivia longe das grandes cidades, como chegou a ser o meu caso, pior ainda. Por isso, as minhas primeiras influências foram dadas, em grande parte, pela professora de artes do primeiro ciclo escolar. Foi ela que me mostrou como poderia explorar os potenciais de criação. Comecei com formas visuais que representavam episódios do meu quotidiano. Daí o facto de ao longo de vários anos ter utilizado uma linguagem muito figurativa bastante influenciada pelo ambiente de serra onde vivia. Mais tarde, por questões familiares, fui viver para Lisboa e comecei a absorver o mundo da arte. Comecei por visitar museus de arte sacra que eram dos poucos permitidos pela ditadura. À medida que fui convivendo com o meio estudantil, tomei conhecimento de locais clandestinos onde poderia adquirir livros de grandes artistas plásticos, como Van Gogh ou Renoir. Já de Picasso nem mesmo na clandestinidade. Não se encontrava fosse o que fosse. Para ver o trabalho de Picasso, pela primeira vez, tive de ir a Espanha. Mas Van Gogh começou por ter uma grande influência. Fascinavam-me as cores alegres das paisagens e dos interiores. Para mim esse era um mundo novo. Como ele disse um dia: “O pintor do futuro será um artista de um tipo que não conhecemos e que não sabemos o que vai ser.” Naquele tempo não sabia que tipo de pintor ia ser, mas tinha a certeza de que queria que a arte fosse uma parte significativa da minha vida. Anos depois, quando entrei na primeira escola de arte, abandonei a pintura paisagista e comecei a abraçar o abstracionismo. Nessa altura já era muito influenciado por artistas como Picasso, Vieira da Silva ou Júlio Pomar. Estava apaixonado pela arte abstrata e comecei a procurar desenhar as coisas de um modo diferente de como se nos apresentavam as olhos. Queria modificá-las, transformá-las e distorcê-las. Hoje procuro uma linguagem mais poética para explorar o artifício da técnica com corpos partidos pelas horas e amarguras da vida. E ao mesmo tempo com corres vivas para transmitir uma boa dose de força e energia a quem as observa.


4 - O seu processo criativo foi afetado pela pandemia?


Sim, sem dúvida. De repente, sem saber bem, é como se fôssemos prisioneiros nas nas nossas próprias casas. somos sequestrados nas nossas residências. Tal como tem acontecido com muita gente, a falta de toda uma rotina, que funcionava com uma vitamina, foi alterando a minha sanidade mental. Ficar fechado em casa é claustrofóbico. O aborrecimento fez com que fosse perdendo vontade de trabalhar. Foram alguns meses sem criar um único desenho ou pintura. Como passei muitos anos ligado à saúde, rapidamente me veio há memoria a pandemia de 1918, a Pneumónica, mais conhecida por gripe Espanhola, que vitimou um dos maiores artistas plásticos Portugueses de sempre, Amadeu de Souza Cardoso. Ponderei parar de vez com a pintura. O investimento até então tinha sido enorme e o retorno escasso, para não dizer nulo. Vendi alguns quadros a preços bastante baixos. Mas a paixão pelas artes foi mais forte. Após o convite de Marisa Melo para participar na exposição virtual, «O Sagrado em Cada um de Nós», achei que poderia ser uma forma de compensar a falta de exposições ao vivo e isso melhorou o meu estado psicológico e deu-me novo alento para continuar. Depois de ter parado de pintar há mais de seis meses, já retomei o meu projeto «Entre o positivo e o Negativo». E tenho de agradecer à Marisa Melo por esse novo estímulo.


"Cidade Misteriosa" - Acrílica sobre tela


5 - Que experiência com a arte foi importante para você?


A arte foi muito além de um entretimento. Para mim foi uma forma de desenvolvimento. De formação intelectual. Além de ter influenciado a minha criatividade, também serviu para estar melhor com os outros e com o mundo que me rodeia. Lecionei arte, de forma voluntária, durante três anos. Foi um período muito gratificante. E deu-me grande capacidade de apreciar e avaliar os objetos de arte que os meus alunos criavam. A arte também me ajudou a caminhar e a levantar em algumas das fases mais conturbadas da minha vida, já que foi na sua magia e beleza que encontrei a força e o encanto que me levou a acreditar nas minhas capacidades enquanto artista plástico. Poder criar um trabalho artístico e mostrar o resultado final a outras pessoas levou-me a acreditar mais em mim. Quando me envolvo com as minhas telas, acompanhado por uma melodia, esqueço tudo o que me rodeia. Apenas existe um mundo onde só eu e a arte habitamos.

6 - Fale sobre os seus novos projetos

Continuar a aperfeiçoar a linguagem figurativa entre o positivo e negativo, pesquisando novas formas de expressão e dando seguimento à diversificação da minha arte. Também estou a experimentar técnicas mistas com a utilização de fotografia digital. Como me sinto atraído pela escultura, espero em breve fazer formação nessa área. Por último quero terminar o que há muito comecei: o livro sobre o meu trabalho.

7 - Quais os principais desafios que você enfrenta como artista? O maior desafio é ser colocado no mercado, o que não tem sido fácil, porque as inseguranças financeiras obrigam as galerias certas a agenciar, na maioria dos casos, artistas com nome no mercado da arte. Sempre que realizo uma exposição, tenho o cuidado de enviar convites para estarem presentes na inauguração ou numa visita posterior, mas tem sido um trabalho sem grandes resultados. Uma boa divulgação, um marketing bem feito, aproveitando as redes sociais, hoje em dia é fundamental na vida de um artista plástico, mas o excesso de oferta tem sido mais um desafio a ultrapassar.



"Dark Forest" Acrílica sobre tela


8 - Acha que a arte cumpre com o seu papel social?

A arte está presente em tudo. Em cada esquina, em cada entrelinha da vida. Dentro e fora de nós. Teve uma grande influência no Mundo desde os seus primórdios, desde o início de tudo. As grandes transformações sociais sempre foram influenciadas pelas artes, por movimentos artísticos, por intervenções artísticas. E atravessa todas as culturas, povos e gerações. Sempre foi sinónimo de emoções, sentimentos, revoltas ou desânimos. Tudo e o seu oposto. A forma de analisar e ver arte revela muito do pensamento de cada sociedade e de todos os seus extratos sociais. Nesse sentido, a evolução tecnológica tem contribuído muito para melhorar o acesso e a partilha à arte. Mesmo para aqueles que nascem e vivem em zonas com pouco movimento artístico. Hoje não é como no meu tempo. A arte, para quem quiser e não puder observá-la fisicamente, está à distância de um clique. E neste período de pandemia, as redes sociais também foram fundamentais para que os artistas pudessem continuar a mostrar a sua arte. Mas o papel social da arte não depende apenas dos artistas. Depende muito daqueles que elaboram e põem em prática as políticas sociais. São estes que têm de dar oportunidade à arte de se mostrar, de viver, de respirar e de aparecer à frente de cada um. Os artistas fazem a sua parte. Como sempre fizeram. Cabe a quem governa, a quem manda, a quem pode, a quem decide, permitir que esse lado social tenha todas as condições para se manifestar. Porque os artistas estão cá. Sempre estiveram. E sempre hão-de estar.



Série: "Obscuridade do Reflexo" - Acrílica sobre tela



Bombed City - Acrílica sobre tela



Sobre a UP Time Art Gallery:

Galeria de arte itinerante que reúne artistas do Brasil e de países da Europa para disseminar o que há de melhor no cenário da arte contemporânea. Fundada por Marisa Melo, a galeria de arte alcança mais de 30 países ao redor do mundo, isso porque ela funciona em formato digital desde o seu nascimento, apresentando mundialmente exposições 3D e exposições regionais presenciais com um time de artistas distintos.



Nossos serviços:

Exposições virtuais, físicas nacionais e Internacionais, Feiras de Arte, Projetos, Catálogo do Artista, Consultoria para Artistas, Coaching, Construção de Portfólio, Posicionamento Digital, Branding, Marketing Digital, Criação de Conteúdo, Identidade Visual, Biografia, Textos Crítico , Assessoria de Imprensa, Entrevistas e Provocações.




The UP Time Art Gallery's job is to inspire and fascinate through art. Our artists present works that portray our emotions, our causes, our lives. The public always wants to know the artist behind the work. Who is it, how do you think? What life story led to this work?


Today we talked to José Marques Aguillar!


1 - How and when did art come into your life?

It appears quite early, still in adolescence. A lot for the visits made to museums, particularly in neighboring Spain. Over the years I have been painting sporadically, mostly on the basis of cartoon dolls, which I offered to my admirers, at the time only family members. I was later confronted with a severe illness. One of the biggest challenges of my life. I had a cardiovascular problem that required massive coronary surgery. Before a long period of convalescence, without being able to make great efforts, I had to try to occupy my days. I took advantage of what was at hand: the watercolors of my son's school. That was how I started a period of watercolors. I painted several drawings with which I decorate the walls of my house today. After the recovery, I decided that art would be my second job. So I took advantage of the post-working hours, starting to attend an art school in Portugal, ARCO, with the intention of improving the drawing and painting technique. I started to take advantage of all the free hours to draw and paint. In the drawing I spent hours in front of the mirror drawing my face. Then the pet grew so much that I immediately made a decision: as soon as the opportunity arises, I will dedicate myself full time to the arts. That's what I did in 2010 when I left the pharmaceutical industry, where I worked for many years. Then I started attending the National Society of Fine Arts, where I stayed until the fourth year of painting. From then on I was experimenting with various techniques and styles, always looking for new challenges, which remains today.


2- Where do your inspirations come from?

Much of it comes from within, in a natural way, in the various creations and styles in which I have worked over time. Still young, I started by creating small sculptures in wire and wood and also painted cartoon dolls. My older brother was not very adept at the arts and did his drawing work. It was a way of practicing doing something you liked. Later, other inspirations come. From different places. I have always been passionate about the mountains and this made me start drawing in sight with gouache landscape paintings. That part gave me great tranquility. Also aesthetics and feminine beauty have always attracted and inspired me. He took advantage of women's fashion magazines to draw, especially the faces. It has been like this for as long as I can remember. See, feel and draw or paint.


3 - What are your influences for the development of your language?

In the Portugal of my youth we were limited, not to say prohibited, to evolve culturally. That's what usually happens in dictatorships. Much of the literature was censored and this prevented us from broadening horizons on new trends in art. And for those who lived far from the big cities, as was the case with me, even worse. Therefore, my first influences were given, in large part, by the art teacher of the first school cycle. It was she who showed me how I could explore the potentials of creation. I started with visual forms that represented episodes of my daily life. Hence the fact that over several years he used a very figurative language that was very influenced by the mountain environment where he lived. Later, for family reasons, I went to live in Lisbon and started to absorb the world of art. I started by visiting museums of sacred art that were among the few allowed by the dictatorship. As I got to know the student environment, I became aware of clandestine places where I could acquire books by great visual artists, such as Van Gogh or Renoir. Picasso's not even in hiding. It was not found whatever it was. To see Picasso's work for the first time, I had to go to Spain. But Van Gogh began to have a great influence. I was fascinated by the cheerful colors of landscapes and interiors. For me this was a new world. As he once said: "The painter of the future will be an artist of a type that we don't know and that we don't know what it will be." At that time, I didn't know what kind of painter I was going to be, but I was sure that I wanted art to be a significant part of my life. Years later, when I entered the first art school, I abandoned landscape painting and started to embrace abstractionism. At that time, he was already heavily influenced by artists such as Picasso, Vieira da Silva or Júlio Pomar. I was in love with abstract art and I started to try to draw things in a different way than the eyes were presented to us. I wanted to modify, transform and distort them. Today I am looking for a more poetic language to explore the artifice of technique with bodies broken by the hours and bitterness of life. And at the same time with lively streams to transmit a good dose of strength and energy to those who observe them.


4 - Has your creative process been affected by the pandemic?

Yes No doubt. Suddenly, without knowing it well, it is as if we are prisoners in our own homes. we are kidnapped in our homes. As with many people, the lack of a whole routine, which worked with a vitamin, changed my mental health. Staying indoors is claustrophobic. The annoyance caused him to lose the desire to work. It was a few months without creating a single drawing or painting. As I spent many years connected to health, the 1918 pandemic, Pneumónica, better known for Spanish flu, quickly came to my mind, which victimized one of the greatest Portuguese plastic artists of all time, Amadeu de Souza Cardoso. I thought about stopping the painting for good. The investment so far had been huge and the return scarce, if not null. I sold some paintings at very low prices. But the passion for the arts was stronger. After Marisa Melo's invitation to participate in the virtual exhibition, “The Sacred in Each of Us”, I thought it could be a way to compensate for the lack of live exhibitions and this improved my psychological state and gave me new encouragement to Continue. After I stopped painting more than six months ago, I have already resumed my project «Between the positive and the negative». And I have to thank Marisa Melo for this new stimulus.


5 - What experience with art was important to you?

Art went far beyond entertainment. For me it was a form of development. Intellectual training. In addition to influencing my creativity, it also served to be better with others and the world around me. I taught art, on a voluntary basis, for three years. It was a very rewarding period. And it gave me a great ability to appreciate and evaluate the objects of art that my students created. Art also helped me to walk and get up in some of the most troubled phases of my life, since it was in its magic and beauty that I found the strength and charm that led me to believe in my abilities as a visual artist. Being able to create artistic work and show the end result to other people led me to believe in myself more. When I get involved with my canvases, accompanied by a melody, I forget everything around me. There is only one world where only me and art inhabit.


6 - Talk about your new projects

Continue to perfect the figurative language between positive and negative, researching new forms of expression and continuing to diversify my art. I am also experimenting with mixed techniques using digital photography. As I am attracted to sculpture, I hope to soon be trained in this area. Finally, I want to finish what I started a long time ago: the book about my work.


7 - What are the main challenges you face as an artist?

The biggest challenge is to be placed on the market, which has not been easy, because financial insecurities force the right galleries to manage, in most cases, artists with a name in the art market. Whenever I hold an exhibition, I am careful to send invitations to be present at the inauguration or a subsequent visit, but it has been a work without great results. Good publicity, marketing well done, taking advantage of social networks, nowadays is fundamental in the life of an artist, but the excess of supply has been another challenge to overcome.


8 - Do you think that art fulfills its social role?

Art is present in everything. In every corner, in every line of life. Inside and outside of us. It has had a great influence on the world since its beginnings, since the beginning of everything. Great social transformations have always been influenced by the arts, by artistic movements, by artistic interventions. And it crosses all cultures, peoples and generations. It has always been synonymous with emotions, feelings, revolts or discouragements. Everything is its opposite. The way of analyzing and viewing art reveals much of the thinking of each society and all its social strata. In this sense, technological evolution has contributed a lot to improve access and sharing to art. Even for those who are born and live in areas with little artistic movement. Today is not like in my time. Art, for those who want and cannot physically observe it, is just a click away. And in this pandemic period, social networks were also essential for artists to continue to show their art. But the social role of art does not depend only on artists. It depends a lot on those who design and implement social policies. These are the ones who have to give opportunity to the art of showing themselves, of living, breathing and appearing in front of each one. Artists do their part. As they always did. It is up to who governs, who orders, who can, who decides, to allow that social side to have all the conditions to manifest itself. Because the artists are here. They always have been. And they always will be.



About the UP Time Art Gallery: Itinerant art gallery that brings together artists from Brazil and European countries to disseminate the best in the contemporary art scene. Founded by Marisa Melo, the art gallery reaches more than 30 countries around the world, because it works in digital format since its birth, presenting worldwide 3D exhibitions and face-to-face regional exhibitions with a team of distinguished artists.




Our services: Virtual, national and international physical exhibitions, Art Fairs, Projects, Artist Catalog, Consulting for Artists, Coaching, Portfolio Building, Digital Positioning, Branding, Digital Marketing, Content Creation, Visual Identity, Biography, Critical Texts, Advisory Press, Interviews and Provocations.



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